Tuesday, July 24, 2007

Para alguém que podia ter sido e não foi

Estou sem alma para a vida
Corre
Solta-se no vento da manha
E vai
Sem destino
Rumo ao norte
Para as águas frias da Galiza

Encontro de terra e mar
Pedaço de escarpa


E não encontras a tua casa
E ainda dizes que tens “os pés bem assentes no chão”
A solidão pesa
Cai nos dias
Que passam despercebidos
Entre livros e sons

Não te amo
Nunca amei
Não o faria agora
Sabes
Descobri que o amor é algo que se constrói
Que nasce de alguma coisa mais
Para além da vida

Está em ti, em mim
Não em nós

Não amo nada nem ninguém

A mim mesma, nem por isso

A esta hora estaria a dormir
Não aqui
A tentar calar o que me dói

2 comments:

ana c. said...

tu amas muita coisa. muita gente. mas, percebo, há dias em que achamos que não somos capazes disso, nem queremos. e começamos logo por não gostar do que somos.

Mary said...

esses dias passaram
entre mim e eles
nasceram outros dias