Wednesday, April 18, 2007

para S.

sobre a paixão e seus delírios

A psícologa clínica Ana Peixoto conclui, no famoso estudo "sobre a paixão por pessoas erradas" que o acto de nos apaixonarmos tem a ver connosco, somos nós que queremos actualizar uma parte de nós, e que procuramos no outro características que gostavamos de ter, como por exemplo a extroversão.

O que será que eu quero actualizar em mim? a extroversão não é de certeza
Não procuro no outro uma característica que gostava de ter...
Mas ela continua a dizer que:" a pessoa que se apaixona por alguém errado está a canalizar os sentimentos para o seu oposto e não para o seu complemento." - isto é um pouco estranho...onde está escrito que é a pessoa errada? como se descobre? ao fim de quanto tempo? mas sou eu a errada ou é o outro? quais sentimentos?

E vai dizendo: ao fim da 1ª semana de relacionamento, a pessoa começa a cobrar à outra pelos seus hábitos individuais, iniciando-se um processo de culpabilização do outro por ele ser como é e não se adaptar a nós. (já vi isto em algum lugar) nunca me incomodo muito com o outro, ele pelos vistos é que se incomoda comigo. tolero tudo, ou quase tudo. Já estão a perceber?
Isto não acontece entre pessoas que sejam complementares, já que aí a tendência é para a mútua aceitação e não para o choque de caracteres.
Ok! mas mesmo as pessoas que têm interesses comuns também entram em choque!
Não me serve então como desculpa...
A cereja em cima do bolo é a seguinte afirmação: "a tendência para gostar da pessoa errada é patológica e revela um padrão que apenas se rompe através da psicoterapia, ou numa situação de catástrofe, como a perda de um familiar ou do emprego." patológica? será que a senhora nunca leu poemas de amor?

Sou muito shakesperiana na paixão.
Gosto do click do olhar, do sorriso. daquele momento em que tudo fica suspenso no ar.
Foi por isso que me apaixonei por ti S.
assim. sem mais nem menos.
ou como diz um psiquiatra cá do burgo
no amor não há regras o outro é que impõe os seus limites

3 comments:

ana c. said...

muito para desconstruir. há aí coisas que me dizem muito.

Mary said...

dizem que sim ou dizem que não?
o melhor será nem pensar muito nestas coisas ;)

ana c. said...

sem pensar muito, sim. só pela piada.